Este fim-de-semana fui finalmente ver o filme
Closer. Contrariando a maior parte das críticas que tinha lido, gostei! Não conhecia a peça, nem tão pouco o livro.
Primeiro que tudo, julgo que o argumento estava apropriado. Os diálogos eram curtos, muito directos, pouco aprofundados. Mais importante do que era dito, era o que ficava por dizer e o que se depreendia da linguagem corporal das personagens, dos olhares, das hesitações, do tom. O Amor não mora aqui, apesar dos múltiplos “
I love you”s, não é de amor que se trata o filme, mas da satisfação de impulsos, digamos, “amorosos”. A história é curta, entrecortada por alguns
flashbacks e
flash-forwards. Afinal o próprio filme é uma teia de relações cruzadas em torno de quatro personagens, “os estranhos”, em torno da verdade e da mentira e do questionar quase doentio de todas as personagens.
Quanto aos actores, digam o que disserem, Natalie Portman, com ou sem
clichés, enche o ecrã de sensualidade, um misto de rapariguinha atrevida com
femme fatale. É a rapariga numa cidade estranha, carente de afectos e possessiva nas relações. Provavelmente é a mais honesta. Clive Owen é o
male bastard, directo e cru nas abordagens. Este médico bonacheirão e machão não desilude nem “engana”, é o mais verdadeiro. Quanto à fotógrafa Júlia Roberts, foi uma surpresa. É de todas a personagem mais triste, parecendo estar sempre com um sentimento de culpa, é aliás assim que inicia o primeiro relacionamento; as fotografias e os planos (
close-ups –
closer) que tira mais não são do que a reflexo dos seus sentimentos nos outros, os estranhos. Finalmente, o escritor falhado (“jornalista” de obituários) Jude Law, surge como o mais frio e calculista, terminando enganado (se é que não acabam todos…) e só.
Por fim, uma chamada especial para a banda sonora, com a irresistível música de Damien Rice,
The Blowers Daughter, da qual destaco o seguinte excerto que resume o espírito do filme:
(…)Did I say that I loathe you?Did I say that I want toLeave it all behind?
(…)
I can't take my mind off youI can't take my mind...My mind...my mind...'Til I find somebody newNota: Um bom
post sobre este filme pode ser encontrado no já indespensável
Antestreias , por Nuno Reis. Mas o melhor é mesmo o da
batukada,
So Close... (que inveja!)